CIRURGIA BARIÁTRICA O QUE É?
A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave*. Ela ficou conhecida como “redução do estômago” porque muda a forma original do órgão e reduz sua capacidade de receber alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias.
*A obesidade é o excesso de gordura no corpo, em quantidade que provoque prejuízos à saúde.
É uma enfermidade com variadas causas, dentre elas:
- Ingestão excessiva de alimentos;
- Falta de atividade física;
- Tendência genética;
- Problemas hormonais.
Uma pessoa não operada tem espaço para consumir aproximadamente de 1 litro a 1,5 litro de alimentos. Já um estômago pós-bariátrica tem capacidade para 25 ml a 200 ml (equivalente a um copo americano). A cirurgia afeta ainda a produção do hormônio da saciedade, o que diminui a vontade de comer, mas a redução da capacidade é a principal responsável pelo emagrecimento.
A cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos obesos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 116 quilos ou pessoas que tenham IMC acima de 35, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 102 quilos que tenha doenças associadas, como diabetes, colesterol alto, hipertensão, hérnia de disco, esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras.
Atualmente, as técnicas mais utilizadas são:
Sleeve ou manga: é o método que retira parte do estômago sem alterar o intestino.
Normalmente é recomendada para pacientes que apresentem um quadro menos grave de obesidade.
Método de bypass: nesse método o estômago é reduzido com cortes ou grampos e é feita uma alteração no intestino para reconectá-lo à parte do estômago que irá permanecer funcional.
No Brasil, o método de bypass é realizado em 70% das cirurgias, sendo o mais praticado no Sistema Único de Saúde (SUS).
A bariátrica costuma ser um procedimento seguro, mas é preciso seguir os cuidados pós-cirurgia para evitar complicações e efeitos colaterais.
O que interfere mais no pós-cirúrgico é o modo como a cirurgia é realizada, que pode ser de duas formas:
Laparoscopia: por meio de um pequeno orifício no abdômen;
Aberta: através de um corte de 30 centímetros.
Os cuidados são praticamente os mesmos, mas no caso do método aberto, o paciente deve ficar em repouso por mais tempo para que a cicatrização ocorra adequadamente. Quem fez a cirurgia por esse método também deve utilizar uma cinta ou faixa abdominal pelo período indicado pelo médico para evitar que os pontos se soltem.
Nos primeiros dias, o maior desafio é conciliar nutrição e hidratação adequadas com um estômago que passou a ser muito pequeno. A quantidade de água recomendada tradicionalmente, de dois a três litros por dia, continua valendo, mas o paciente precisa fazer a ingestão em porções muito pequenas, tomadas várias vezes ao longo do dia. Há pacientes que são orientados a tomar quantidades da ordem de 50 ml a cada 30 minutos, por exemplo.
Quanto à alimentação, o paciente deve seguir dieta líquida durante 15 dias, passando para uma dieta pastosa ou branda até ser liberado para a dieta sólida. Em geral, essa fase demora 30 dias.
Durante seis semanas, o paciente também não deve fazer grandes esforços. Por outro lado, a recomendação não deve ser entendida como desculpa para não se movimentar. Pelo contrário, é essencial se manter ativo e fazer leves caminhadas.
Estado emocional e cirurgia bariátrica:
A avaliação psicológica é um procedimento obrigatório para quem quer fazer a cirurgia bariátrica. É através dela que os especialistas auxiliam os pacientes a diferenciarem “o que é fome” e “o que é vontade de comer”, por exemplo. Além disso, também avaliam a presença de transtornos como a depressão, a ansiedade e a compulsão alimentar, sendo acompanhados por vários profissionais de saúde, como nutricionista, endocrinologista, gastroenterologista, psicólogo, entre outros.
Embora a perda de peso seja rápida, há risco de o paciente recuperar o peso. Quem passou pela cirurgia bariátrica tem dificuldade de comer em excesso porque o estômago não consegue comportar grandes quantidades de alimentos, mas é necessário praticar exercícios e seguir um acompanhamento com a equipe de saúde.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis no site possuem apenas caráter educativo.
Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde
Imagem: IA
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