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OS SUPER PODERES EM BUSCA DA CURA

“As dificuldades ergonômicas foram sanadas, as curvas de aprendizado encurtadas e a cirurgia minimamente invasiva tornou-se um método muito mais inclusivo do que jamais foi.”

Alexandre Silva e Silva

 
Inteligência artificial

A cirurgia dentre as áreas da medicina sempre foi aquela que buscou a cura intervindo invasivamente nos corpos de outrem e, através de soluções mecânicas, tratando alguns males da saúde da humanidade. Avanços tecnológicos, que vieram para compor o arsenal de instrumentais e equipamentos utilizados na era da cirurgia moderna, seguem em desenvolvimento diário com o intuito de aprimorar os processos, aumentar a eficiência da atuação dos cirurgiões de todo o mundo, levando tratamentos personalizados e eficazes aos pacientes.

 

Da hemostasia com metais incandescentes e grandes incisões, passamos à procedimentos minimamente invasivos através de incisões milimétricas.

Com a introdução dos robôs e suas câmeras 3D de altíssima definição, braços mecânicos e instrumentais articulados, capazes de reproduzir os movimentos mais precisos da mão humana, as dificuldades ergonômicas foram sanadas, as curvas de aprendizado encurtadas e a cirurgia minimamente invasiva tornou-se um método muito mais inclusivo do que jamais foi.

Mais cirurgiões estão sendo habilitados em um menor espaço de tempo e, com isso, mais pacientes poderão ser beneficiados pelos atendimentos destes cirurgiões e suas habilidades de cura.

Muito mais do que um ato mecânico, a cirurgia é um ato cerebral e a compreensão de uma sequência de movimentos e atitudes é muito mais importante do que o próprio gesto ou a atitude por si só. Do planejamento à execução, apesar da extrema necessidade de movimentos exaustivamente treinados e do conhecimento anatômico, a cirurgia é definida por decisões tomadas pelo cérebro daquele ou daquela que a executa.

Nos dias atuais, por mais moderno que seja o modelo do robô e por mais que ele seja um grande aliado para as soluções mecânicas, as decisões cerebrais ainda dependem da compreensão de todo o contexto da doença e seus detalhes, e são tomadas pela cabeça de alguém.

Olhando para um futuro de curto a médio prazo, a introdução da inteligência artificial parece ser um divisor de águas, talvez tão impactante para a cirurgia em geral, quanto foi a introdução da cirurgia minimamente invasiva substituindo as cirurgias tradicionais laparotômicas.
A inteligência artificial provavelmente trará para a cirurgia robótica um grande incremento capaz de influenciar diretamente em decisões a serem tomadas pelo cirurgião durante o ato operatório.
Com a capacidade de localizar e identificar estruturas anatômicas, embasado em características celulares ou até mesmo particularidades da sua composição, o equipamento será capaz de informar em tempo real, qual a estrutura anatômica que está sendo abordada, permitindo que o cirurgião tenha a absoluta certeza das consequências que sua ação causará.
Na rota sem volta dos avanços da ciência, fica o questionamento de em quanto tempo essa integração tecnológica de robôs inteligentes será capaz de nos substituir integralmente na função de cirurgião. Mas se isso for em prol do reestabelecimento mais preciso e eficaz da saúde humana, que venha o quanto antes…
 
Fonte: Sobranews
Edição 71 – Ano 2022